Espantem-se!...
A Sustentabilidade, multi-funcionalidade, biodiversidade, foram os modelos de desenvolvimento e os usos da terra, mais badalados em Portugal, após a integração na Comunidade Económica Europeia Objectivamente, espantem-se! Grosso modo o que nos era sugerido, já a agricultura familiar portuguesa o praticava de forma integrada. Mas, a natureza complexa e multidimensional das questões que estavam subjacentes ao “projecto comum europeu” que se pautou endemicamente por uma política de mercado que empurrou as agriculturas nacionais, numa primeira fase, para a agricultura convencional, moderna, onde a procura de insumos externos por parte das explorações (caso do uso generalizados da mecanização, aquisição de gasóleo, agro químicos e rações) a longo praso foi desencadeando índices tecnológicos de produção geral, nunca vistos, com as contra indicações: à posterior evidenciadas em termos de malfeitorias ao meio ambiente, segurança alimentar e em milhares de casos à insustentabilidade das explorações agrícolas. Que reduziram exponencialmente, por não possuir as condições estruturais e fundiárias necessárias. Com o efeito, foram dispensados assalariados agrícolas e trabalhadores familiares do trabalho nos campos. Em muitos casos absorvidos por grandes e pequenas empresas implantadas na periferia do dos centros urbanos e no litoral. Entretanto, na União Europeia e, mercê dos pactos firmados com a OMC – Organização Mundial do Comercio, vem-se assistido a uma cada vez maior desregulamentação dos mercados (como é o anunciado caso de acabar com as cotas de produção, que significa acabar com o direito a produzir) o que quer também dizer, que muitos dos parâmetros em termos segurança alimentar e de protecção do meio ambiente hoje exigidos, no futuro, podem estar comprometidos.
Os sobreviventes do sector primário da economia estão alerta! Há muitos anos a uma só voz, a da CNA e suas filiadas, que tem alertado insistentemente a opinião pública para os malefícios da política agrícola de mercado, induzida por interesses multinacionais ligados à agro-indústria monopolista que engendra “de farrapos ratos” e, que tem tido ressonância política desmedida em Portugal.
Eugénio Vítor
Artigo de opinião escrito para o boletim “O baldio”
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