Independentemente
dos meios usados, mesmo que usados em tempo oportuno e com o grau de eficácia
esperado, não chegaram para o elevado número de ocorrências verificadas em
simultâneo. Em diversos casos e apesar do envolvimento da diversidade de meios
permitida pela Geomorfologia e acidentado do terreno, podemos dizer com
frustração que «ardeu o que tinha de arder». Foram elevados os recursos gastos
com o flagelo dos incêndios florestais. Esperamos sinceramente que sejam
retiradas as necessárias elações para a reformulação ou reforço das medidas
para prevenção em detrimento do folclore dos meios de combate que têm servido a
indústria do fogo e alimentado a
piromania.
Sugerimos
como ponto de partida para a prevenção dos fogos florestais que se identifiquem
para além dos pirómanos os seduzidos pela espectacularidade que o desastre gera
e os interesses que podem eventualmente beneficiar com os fogos florestais para
se poder delinear com exactidão as estratégias de prevenção.
Depois da
catástrofe como é sentido por todos, o mundo rural, ficou mais pobre e
temporariamente sem recursos silvícolas para a sustentação natural das
multifuncionalidades aí sediadas, constituintes em grande medida da
subsistência de agentes dos aglomerados sociais. Como exemplo referimos o caso
dos pastores que ficaram sem pastos para alimentar as suas numerosas rezes e
que apesar das eventuais medidas de apoio que venham a ser implementadas jamais
chegarão a colmatar na sua totalidade os problemas com o maneio animal por
falta da diversidade vegetativa silvo pastoril, factos que vão comprometer a
curto prazo o desenvolvimento das rezes e a economia dos pastores e de outros
agentes locais a jusante.
As medidas
anunciadas pelo Ministro da Agricultura, que não sabemos se irão ou não ser
executadas, permitam-nos duvidar das incoerências da história recente que
remonta há poucos anos em que houve medidas anunciadas e não cumpridas.
Em relação
à ajuda considero-a insuficiente, por isso defendo importância das
audições e avaliações (rápidas) que eventualmente venham a ser feitas no
sentido do reajuste justo das ajudas. Neste sentido anuncio a visita do Senhor Deputado Agostinho Lopes, membro do Grupo
Parlamentar do Partido Comunista à Serra D`Arga que se propôs para uma
audição aos pastores, Segunda-feira, 30 de Agosto às 9horas, a qual desde já
agradeço e aprecio.
por: Eugénio Vítor
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