A «telenovela» montada em torno das eleições internas no PSD, com uma autêntica overdose informativa sobre este partido, está prestes a ter o seu último episódio. No próximo sábado, conheceremos o vencedor das «directas», pondo termo assim a longas semanas de uma objectiva promoção desse partido e das suas principais figuras, de um branqueamento das suas pesadas responsabilidades nas políticas que, de forma alternada com o PS, conduziram Portugal a um país cada vez mais desigual, mais injusto, mais dependente e, por conseguinte, menos democrático. Seguir-se-á então uma nova fase. Com um «novo líder», e novamente com a preciosa ajuda da comunicação social dominante, estará encontrada a «alternativa» ao PS e a Sócrates e, à semelhança de outras «telenovelas» impostas há não muito tempo atrás, tudo se resumirá a uma escolha entre mais do mesmo.Infelizmente conhecemos bem este filme. Ao longo dos anos, as mudanças de líderes por parte de PSD e PS têm tido o mágico poder de deitar para trás das costas todas as responsabilidades que resultam das suas opções e medidas governativas. Uma verdadeira limpeza na imagem, uma cirurgia plástica, para vender como novo, aquilo que é velho, usado e gasto. Não se pode também dizer que toda esta promoção do PSD tenha sido prejudicial para o Governo ou para o PS, e muito menos para os interesses que este protege. Serviu e serve para ocultar muito do que tem sido a degradação das condições de vida da maioria da população. Serviu e serve para polarizar no PSD a «oposição» ao governo PS, em detrimento do verdadeiro combate político protagonizado pelo PCP. Serviu e serve para procurar garantir no futuro, perante o indisfarçável descontentamento que percorre o país com a actual situação, o jogo da alternância sem alternativa, um seguro de vida para esta política de direita. Não admira pois que, perante a divulgação de vários estudos e relatórios que dão conta do agravamento das desigualdades sociais, do empobrecimento dos trabalhadores, dos reformados e dos jovens e que denunciam o insuportável escândalo de milhões a viverem mal e cada vez pior, ao mesmo tempo que um punhado que se presenteia com lucros e luxos do melhor que há, os mesmos que gastam tanto latim com análises e conjecturas sobre os partidos da burguesia não tenham tido um pingo de lucidez para dizer, afinal de contas, onde mora a culpa.
Nasceste incompleto, frágil, sem autonomia. Mas és obra da natureza e por consequência, a força da existência de ti sobressai. À existência, precede a essência e, é na teia das relações sociais em que cada um vive, que é edificado e desenvolvido o entendimento. Numa ordem de sucessão. Ao velho sucede inevitavelmente o novo. Ao Capitalismo neoliberal irá suceder inevitavelmente um sistema socioeconómico onde os interesses coletivos se vão sobrepor aos interesses individuais.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Cirurgia plástica
Por Vasco Cardoso
A «telenovela» montada em torno das eleições internas no PSD, com uma autêntica overdose informativa sobre este partido, está prestes a ter o seu último episódio. No próximo sábado, conheceremos o vencedor das «directas», pondo termo assim a longas semanas de uma objectiva promoção desse partido e das suas principais figuras, de um branqueamento das suas pesadas responsabilidades nas políticas que, de forma alternada com o PS, conduziram Portugal a um país cada vez mais desigual, mais injusto, mais dependente e, por conseguinte, menos democrático. Seguir-se-á então uma nova fase. Com um «novo líder», e novamente com a preciosa ajuda da comunicação social dominante, estará encontrada a «alternativa» ao PS e a Sócrates e, à semelhança de outras «telenovelas» impostas há não muito tempo atrás, tudo se resumirá a uma escolha entre mais do mesmo.Infelizmente conhecemos bem este filme. Ao longo dos anos, as mudanças de líderes por parte de PSD e PS têm tido o mágico poder de deitar para trás das costas todas as responsabilidades que resultam das suas opções e medidas governativas. Uma verdadeira limpeza na imagem, uma cirurgia plástica, para vender como novo, aquilo que é velho, usado e gasto. Não se pode também dizer que toda esta promoção do PSD tenha sido prejudicial para o Governo ou para o PS, e muito menos para os interesses que este protege. Serviu e serve para ocultar muito do que tem sido a degradação das condições de vida da maioria da população. Serviu e serve para polarizar no PSD a «oposição» ao governo PS, em detrimento do verdadeiro combate político protagonizado pelo PCP. Serviu e serve para procurar garantir no futuro, perante o indisfarçável descontentamento que percorre o país com a actual situação, o jogo da alternância sem alternativa, um seguro de vida para esta política de direita. Não admira pois que, perante a divulgação de vários estudos e relatórios que dão conta do agravamento das desigualdades sociais, do empobrecimento dos trabalhadores, dos reformados e dos jovens e que denunciam o insuportável escândalo de milhões a viverem mal e cada vez pior, ao mesmo tempo que um punhado que se presenteia com lucros e luxos do melhor que há, os mesmos que gastam tanto latim com análises e conjecturas sobre os partidos da burguesia não tenham tido um pingo de lucidez para dizer, afinal de contas, onde mora a culpa.
A «telenovela» montada em torno das eleições internas no PSD, com uma autêntica overdose informativa sobre este partido, está prestes a ter o seu último episódio. No próximo sábado, conheceremos o vencedor das «directas», pondo termo assim a longas semanas de uma objectiva promoção desse partido e das suas principais figuras, de um branqueamento das suas pesadas responsabilidades nas políticas que, de forma alternada com o PS, conduziram Portugal a um país cada vez mais desigual, mais injusto, mais dependente e, por conseguinte, menos democrático. Seguir-se-á então uma nova fase. Com um «novo líder», e novamente com a preciosa ajuda da comunicação social dominante, estará encontrada a «alternativa» ao PS e a Sócrates e, à semelhança de outras «telenovelas» impostas há não muito tempo atrás, tudo se resumirá a uma escolha entre mais do mesmo.Infelizmente conhecemos bem este filme. Ao longo dos anos, as mudanças de líderes por parte de PSD e PS têm tido o mágico poder de deitar para trás das costas todas as responsabilidades que resultam das suas opções e medidas governativas. Uma verdadeira limpeza na imagem, uma cirurgia plástica, para vender como novo, aquilo que é velho, usado e gasto. Não se pode também dizer que toda esta promoção do PSD tenha sido prejudicial para o Governo ou para o PS, e muito menos para os interesses que este protege. Serviu e serve para ocultar muito do que tem sido a degradação das condições de vida da maioria da população. Serviu e serve para polarizar no PSD a «oposição» ao governo PS, em detrimento do verdadeiro combate político protagonizado pelo PCP. Serviu e serve para procurar garantir no futuro, perante o indisfarçável descontentamento que percorre o país com a actual situação, o jogo da alternância sem alternativa, um seguro de vida para esta política de direita. Não admira pois que, perante a divulgação de vários estudos e relatórios que dão conta do agravamento das desigualdades sociais, do empobrecimento dos trabalhadores, dos reformados e dos jovens e que denunciam o insuportável escândalo de milhões a viverem mal e cada vez pior, ao mesmo tempo que um punhado que se presenteia com lucros e luxos do melhor que há, os mesmos que gastam tanto latim com análises e conjecturas sobre os partidos da burguesia não tenham tido um pingo de lucidez para dizer, afinal de contas, onde mora a culpa.
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