sábado, 22 de maio de 2010

UNESCO classifica Gerês como Reserva da Biosfera



 

 A UNESCO entregou hoje às Ministras do Ambiente de Portugal e de Espanha o diploma que classifica o parque natural transfronteiriço do Gerês/Xurês como Reserva Biosfera, numa iniciativa que acontece no Dia Internacional da Biodiversidade.
A entrega deste galardão, que confirma o trabalho de preservação da biodiversidade e de habitats naturais que está a ser feito, decorreu hoje em Ourense, Espanha, pelas 11h30, no Hotel Lobios Caldaria.
Também para Assinalar, o descontentamento estiveram no mesmo local compartes e representantes dos povos dos baldios da área do P.N.P.G. para protestar contra o que classificam de atitudes de omissão e por isso de arrogância que o parque e restantes entidades afins, incluindo o Ministério do Ambiente e entre outros pelos legítimos  direitos de quem nesses territórios nasce, cresce, vive, trabalha   e morrem integrando  a mesma biosfera mas, ignorados. 
A candidatura do parque natural transfronteiriço do Gerês/Xurês foi seleccionada o ano passado e junta o Parque Natural da Peneda-Gerês e o Parque espanhol do Baixo-Límia.
22 Maio – Ourense, Espanha – 11h30
ecvitor

terça-feira, 18 de maio de 2010

6º CONGRESSO DA CNA


O congresso da agricultura portuguesa
Decorreram 3 anos desde o último congresso, cujas conclusões, revelaram cenários inaceitáveis para um estado de direito a caminhar a passos largos para a liquidação da agricultura e, da nossa soberania alimentar, Facto que induziu à acção por todo país, desde os encontros com os governos civis, representantes das direcções regionais da agricultura e florestas, com o senhor ministro da agricultura e com senhor presidente da república, dando-lhes conta do diagnóstico da situação, onde se envolveram milhares de agricultores, técnicos e dirigentes associativos de todo o país, numa clara demonstração de apoio à CNA e de viva condenação das políticas adoptadas para o sector. Mas, obsessão pela competitividade obscureceu o discernimento do poder, ignorando outras potencialidades, a agricultura familiar que, devidamente acompanhada e apoiada em devido tempo, constituiria uma mais-valia económica insubstituível para Portugal, para a coesão económica regional e territorial. Assim hoje, o nosso défice agro-alimentar não se colocaria com tal gravidade e, a merecer uma extemporânea posição por parte do excelentíssimo presidente da república. Mas, mesmo que tardia, é bem-vinda pelo apelo que faz aos consumidores para que, consumam produtos alimentares portugueses.
O 6º Congresso constituiu, uma grande afirmação de vitalidade da CNA e das suas associadas, necessária ao desenvolvimento de novas e melhores políticas agrícolas que sirvam o país, os agricultores, a agricultura familiar e o mundo rural vivo, com a consequente aplicação por parte do governo, das dez medidas aprovadas em congresso e que consubstanciam a orientação estratégica da confederação nacional, para os próximos anos.
Texto escrito para o editorial “ O Baldio”. (374 palavras)

Ecvitor
06.05.2010

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Essência Existencialista: «TOLERÂNCIAS»

Essência Existencialista: «TOLERÂNCIAS»: "http://www.avante.pt"

«TOLERÂNCIAS»

Esta semana, o primeiro-ministro José Sócrates decidiu exibir duas medidas à sua medida.
Primeiro, determinou «tolerância de ponto» na Função Pública para os dias 11 (concelho de Lisboa), 13 (em todo o País) e 14 (concelho do Porto) em honra do Papa Bento XVI, que está de visita a Portugal.
Depois – e em plena «vigília papal» por si decretada – admitiu aumentos no IVA e cortes no subsídio de Natal a aplicar a 4,2 milhões de trabalhadores e mais de 2,4 milhões de pensionistas, tudo, segundo ele, para «baixar o défice» em mil milhões de euros já este ano, por ordem da União Europeia e da Alemanha, que nela manda.
Em relação à «tolerância de ponto» - eufemismo manhoso que finge transformar folgas concedidas oficialmente em «opções do trabalhador» -, a vantagem descortinável será a dos que aproveitarem a dita numas mini-férias para que, provavelmente, não terão dinheiro.
Entretanto, a decisão de Sócrates em decretar tantas e tão alargadas folgas nacionais «considerando a importância que reveste a visita a Portugal de Sua Santidade o Papa Bento XVI» (sic) faz-nos desconfiar que o «Zézito da Covilhã» (como carinhosamente o semanário Sol chamava a Sócrates, numa hagiografia de 20 páginas publicada no início do seu primeiro mandato) já se julga uma espécie de Ayatollah do Queijo da Serra, com o direito de pôr uma República laica a ladainhar ao Papa durante quase uma semana.
Tão esgargalada devoção católica do primeiro-ministro não mereceria atenção de maior se não tivesse sido enxertada, pelo próprio, com um venenoso e letal rebento: o anúncio de novo e intolerável esbulho aos trabalhadores e reformados através do aumento do IVA e do corte no subsídio de Natal, tudo sob o pretexto da diminuição imediata do défice – pretende-se um corte de mil milhões de euros na despesa já este ano e de três mil milhões até 2011.
Perante tão brutal ofensiva contra quem vive do seu trabalho (ou da sua reforma) e a invocação, pelo próprio Governo, da «urgência» e da «indispensabilidade» destes cortes, pergunta-se que sentido faz esta medida do primeiro-ministro a decidir a paralisação do País e das duas principais Áreas Metropolitanas ao longo de três dias.
Se Portugal está assim tão necessitado de «poupar», como pode o primeiro-ministro atirar à rua esta enxurrada de milhões, exactamente os que se perdem – ou deixam de se produzir - nas «tolerâncias de ponto»?
Se essa «urgência de poupar» justifica este novo e selvático assalto do Governo aos salários, pensões e nível de vida dos portugueses, como é que não impôs ao primeiro-ministro a «indispensabilidade» de não desperdiçar fortunas do erário público com «tolerâncias de ponto» que, se não são inexplicáveis, serão pelo menos claramente dispensáveis?
Finalmente, anote-se a rasteirice do primeiro-ministro a publicitar medidas político-económicas gravosas a coberto da visita papal que, entretanto, lisonjeara à custa do Orçamento.
É um retrato a corpo inteiro de José Sócrates: um homem que esbanja balúrdios do erário público a promover uma festa, para nela anunciar aumentos de impostos e cortes salariais em nome da «austeridade».

-Henrique Custódio

Edição Nº1902
http://www.avante.pt - Jornal «Avante!»