sábado, 15 de novembro de 2008

Causas ou factores explicativos da crise financeira global

A crise de que se fala hoje, advém do passado num processo de desenvolvimento próprio do capitalismo no plano político, cultural, ideológico e militar, em sentindo profundamente antagónico á lógica de desenvolvimento equitativo da sociedade humana. A crise é recorrente e endémica, não é só financeira-o-económica é, classicista, elitista, autocratista e vigarista. Resultando duma lógica de desenvolvimento económico errado, assente na designada mão invisível, das leis do mercado que, foram iludidas. Onde “eminentes” economistas, sociólogos e filósofos, influenciados, premiados em articulação as planearam e progressivamente as recauchutaram ao ínfimo pormenor classicista e as difundiram e defenderam para a economia mundial, como verdade absoluta: O neoliberalismo, apresentado como uma inevitabilidade desencadeou, a nível mundial espontâneos e poderosos movimentos: anti-globalização. Anti-liberalização do comércio. Contra a desregulamentação do mercado e do mundo de trabalho. Contra a destruição da coesão económica, do tecido social e geográfico interno de países. Contra a usurpação das riquezas naturais. Contra a subordinação recolonização do planeta. Contra a subordinação dos aparelhos legais e judiciários aos interesses do capital.
Os EUA, até então centro da economia mundo, líder mundial da dinâmica económica, não conseguiu inverter a tendência de uma economia altamente deficitária, endividada, crescentemente dominada pelo complexo militar-indústrial, com disparidades e problemas sociais gravíssimos: com 35 milhões de pessoas a viverem em situação de pobreza, com uma dívida externa acima os 70% do PIB. Apesar de solverem uma ilimitada mais-valia da riqueza de todo mundos criada pelos trabalhadores, Representando apenas 4,6% da população mundial, consomem mais de 20% dos recursos energéticos, sendo por isso responsáveis por cerca de 21% das emissões de CO2 (instigador de conflitos étnicos e religiosos pela conquista de posições geoestratégicas e económicas, como é exemplo, mais recente, da invasão do Iraque e do Afeganistão, destruição e desmantelamento da Jugoslávia. No pressuposto ideológico, paternalista disseminado pelo aparelho capitalismo de que os líderes desses países representavam uma perigosa ameaça para a humanidade, por isso tinham de ser erradicados e, os respectivos governos depostos. E assim, a opinião pública mundial foi dividida pela contradição dos argumentos dos defensores da intervenção. E, não obstante esse facto, prontamente países da união europeia ocorreram ao chamamento Bush. Apesar de França inequivocamente, dizer não á invasão do Iraque. Portugal pela mão de Barroso (coadjuvado por Portas) e Azenar terem comprometido os seus países numa execrável aventura ainda sem fim á vista pela conquista americana dos recursos energéticos do Iraque mesmo que á custa da chacina de milhões de Iraquianos e sacrifício de milhares de invasores mortos. Servindo o país do Tio San o seu complexo militar industrial e a recolonização do Iraque. Portugal: Perdeu a sua dignidade e afectou recursos que estão neste momento a afectar a nossa estabilidade económica a troco duns lugares em organizações internacionais e de condecorações por relevantes serviços prestados não, á pátria portuguesa) e, mesmo assim encontra-se no atoleiro da desgraça, sem certezas quanto a sidas da crise.

Independentemente do que se tenha escrito e dito, seja por quem for, o que se vê e o que se sente no mundo, não abona quem se tenha associado a planeamentos estratégicos de políticas mais ou menos dissimuladas mesmo que numa globalização inocente. É impossível disfarçar as contradições. Atente-se nos gigantescos avanços da ciência e da técnica que, apesar tudo, não inverteram as flagrantes regressões sociais que percorreram mundo contemporâneo, antes as agravaram. Isto por si só constitui uma condenação política e moral do sistema capitalista. Digam o que disserem.

Cardielos, 15 de Novembro de 2008

Eugénio Vítor

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