sábado, 28 de novembro de 2009

Alternativas à Agricultura Convencional

A agricultura, sector primário da economia de um país, deveria ser considerado por esse, como prioritário, facto que não ocorre no nosso. Com a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, em 1980, altura da assinatura. A partir desse momento, Portugal iniciou o processo de pré adesão que compreendia duas etapas cujo objectivo consistia em adequar a nossa agricultura tradicional, às agriculturas mais desenvolvidas do norte da Europa. Para esse “progresso” a CEE, assim designada na altura, pôs à disposição da agricultura portuguesa instrumentos de apoio financeiro para a sua remodelação, compreendendo a reestruturação de explorações e a instalação de novas em áreas culturais como a produção leiteira, viticultura e horto floricultura. A agro-indústria que se viria tornar na campeã dos fundos estruturais, começou a reestrutura-se e a partir daí a preferir a matéria prima de importações. Entretanto Portugal, pela mão dum dos governos chefiados por Cavaco e Silva, queima a segunda etapa a troco de milhões, colocando-nos perante a Europa numa situação vulnerabilidade.
Na Europa, em consequência da produção excedentária propiciada pelo recurso excessivo ao uso de agro químicos e, entre outros, deixa-se de falar na produção intensiva (produzir muito em pouca terra) muda a agulha e, passa a falar-se, na produção extensiva (produzir pouco em muita terra), suscitando a implementação de medidas tais como: introdução do sistema de cotas que visou, cumulativamente salvaguardar: as produções nacionais; controlar eventuais desvios aos índices de produção pré estabelecidos; e, introdução de medias agro-ambientais, com vista a minorar impactos nocivos e progressivamente se restabelecer as condições naturais do eco sistema. Verificando-se com agrado, alguns progressos, apesar da contra corrente exercida pela agro-indústria, empresas: importe/exporte; e, grandes superfícies comerciais ao fomentarem os preços baixos na produção e por consequência o recurso por parte dos agricultores a insumos externos agro – químicos e entre outros na perspectiva do aumento da produção. Com tudo, hoje em dia, cada vez surgem mais pessoas preocupadas com a segurança alimentar e com o meio ambiente a sugerirem alternativas ao modo actual de produção. Por se ter constatado cientificamente que o método de produção cultural determina a qualidade do solo; e o solo determina o equilíbrio da planta; e que a planta, por sua vez, determina a qualidade do sangue do homem e dos animais. A sensibilidade é que se deveria racionalmente abandonar os métodos e técnicas de produção da agricultura convencional e adoptar como alternativa uma agricultura sustentável que pressupõe: três objectivos principais: a conservação do meio ambiente, unidades agrícolas, lucrativas e a criação de comunidades agrícolas prósperas. Isto sem se excluir outras alternativas tais como: Agricultura biológica ou outra que faça a integração sustentável dos métodos e técnicas das que existem.

Escrito para publicação no Bolim "O Baldio"

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