terça-feira, 3 de novembro de 2009

Paradoxalmente ...

A Agro-indústria, salvo raríssimas excepções, não tem estado com os agricultores portugueses!
Em vez de estimular a produção portuguesa, adquirindo cá dentro as matérias-primas com as quais se elabora o produto final, NÃO! Optam por comprar as matérias-primas no estrangeiro, mascarando no consumo o bem transformado, numa marca (marca branca), iludindo assim o consumidor, quanto à sua verdadeira origem.
Têm sido e são, estas políticas que deixam o sector primário (que deveria ser considerado como prioritário) depauperado e sem perspectivas.
Enquanto continuamos a perder a nossa soberania alimentar com importação de mais de 80% do que consumimos em produtos alimentares, sem certezas quanto à segurança alimentar oferecida.
As empresas (importe/exporte) do ramo, não nos iludamos, não vão importar ou exportar o melhor em termos de qualidade e de segurança alimentar, mas sim os produtos que na transacção final lhes assegure uma margem de lucro maior. Neste campo os agricultores portugueses sabem muito bem como produzir em quantidade e em qualidade. Mas, mesmo assim são preteridos.
Este negócio: importe/exporte está mal explicado e a funcionar contra os interesses nacionais.
Uma coisa é certa, a agro-indústria, é o sector que mais dinheiro tem solvido do orçamento do estado português e do orçamento comunitário.
Outro paradoxo da agro-indústria, finalmente conhecido, está ligado ao sector do leite e é a escandaleira dos salários milionários que tem gerado para gestores, em contra partida com a redução dos rendimentos dos produtores de leite, já penalizados pela carestia dos factores de produção.
É necessário por cobro às políticas de quem tem desprezado os produtores agrícolas, florestais e a produção nacional!

Eugénio Vítor

Texto escrito para publicação trimestre “O baldio”

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